Nota de pesar da Reitoria:
A Ponticia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de Charles Albert Renault de Lima, funcionário do Departamento de Química e um dos colaboradores mais antigos de nossa instituição, com quase seis décadas de dedicação à nossa querida Universidade.
Charles iniciou sua trajetória na PUC-Rio aos 19 anos de idade e, ao longo de todos esses anos, construiu uma história marcada pela generosidade, alegria no ambiente de trabalho e, especialmente, pelo cuidado e atenção com os estudantes.
Neste momento, a Reitoria solidariza-se com seus familiares, amigos e colegas de trabalho, em especial os estudantes, professores e funcionários do Departamento de Química, prestando homenagem à sua trajetória exemplar e ao legado de afeto, profissionalismo e compromisso que deixa para nossa comunidade universitária.
Pe. Anderson Antonio Pedroso S.J., Reitor da PUC-Rio
Charles Albert entrou na PUC-Rio em 19/04/1966, sendo um dos funcionários mais antigos da Universidade.
Em 05/12/2016, o Núcleo de Memória publicou no Jornal da PUC uma crônica sobre a trajetória de Charles, com o título "Um mestre no salão":
Com gestual discreto e voz baixa, o funcionário Charles Albert Renault de Lima circula com desenvoltura pelo amplo e claro Laboratório de Química Geral situado no primeiro andar do Prédio da Química, onde trabalha desde sua inauguração em 1971.
Filho de um brasileiro ex-combatente da marinha francesa na Primeira Guerra Mundial, irmão de Arlinda, telefonista da PUC-Rio, Charles foi morador do Parque Proletário da Gávea e posteriormente do Minhocão. Recém-formado no Colégio Estadual André Maurois onde foi aluno do Prof. Ilmar Rohloff de Mattos, foi contratado aos 19 anos para auxiliar nos laboratórios do ITUC.
Semanalmente levava amostras de materiais para a casa XXI da Vila dos Diretórios, onde originalmente funcionava o Instituto de Química. Convidado a integrar o corpo de funcionários do Instituto pelo Prof. Ivan de Oliveira Paiva, participou de sua instalação no novo prédio e guarda na lembrança a convivência com professores fundadores, dentre eles, Pe. Hainberger S.J., com quem trabalhou de forma estreita e desenvolveu duas características que lhe são caras: pontualidade e meticulosidade.
De fato, no convite feito ao jovem discreto e atento, já havia a percepção do perfil demandado para se exercer as tarefas de preparação e manutenção de equipamentos de precisão e substâncias químicas utilizadas pelos alunos calouros que a cada semestre ocupam as alvas bancadas do laboratório, espécie de tabula rasa que desperta a curiosidade e os impulsos de “pequeno cientista” guardados nas lembranças das brincadeiras infantis.
Para Charles, exímio dançarino, o contato com os jovens calouros sempre foi a melhor parte de seu trabalho. Seu domínio espacial e a desenvoltura de conhecedor de cada objeto disposto no grande laboratório o fazem um mestre do salão, a ensinar às novas gerações a cadência com que é formado um futuro pesquisador.
Silvia Ilg Byington e Bruna da Silva e Silva
Núcleo de Memória da PUC-Rio